Biblioteca

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Algumas pessoas simplesmente são idiotas, fala sério, o papo das garotas do quarto é insuportável. Conversas sobre assuntos ridículos, como por exemplo, a boneca que ganhou de presente de aniversário. Deus, eu mereço. Estou deitada em minha cama com os meus fones enfiados na minha orelha. A voz de Ozzy Osbourne preenche a minha mente e quase fere meus ouvidos, mas mesmo assim não consigo abafar a conversa das crianças. Dou um suspiro frustrado passando a mão pelos meus cabelos loiros e coloco meu boco de lado. Algumas garotinhas olham para mim e eu as fuzilo com os olhos fazendo-as se encolherem. Ainda com os fones no ouvido, desço da cama e calço meus sapatos.
A sala comunal, apesar de já ser noite, ainda estava cheia e tudo o que eu queria era um pouco de silêncio, e qual lugar melhor para se obter silêncio do que a biblioteca? Era proibido sair das comunais a essas horas, mas não estava nem ai, minha mente precisava de tranquilidade. Dou uma olhada para ver se encontrava algum monitor por perto. Beleza, a barra estava limpa. Me desvencilho de alguns pirralhos que vieram falar comigo e saio.

A casa da Corvinal ficava em uma das torres de Hogwarts e a biblioteca ficava no quarto andar, então tive que andar um bucado. Tomei o maior cuidado possível, pois monitores rondavam os corredores em busca de desobedientes que satisfizessem seus desejos de pegar alguém no flagra. Após quase ser pega por um, entro sem fôlego na biblioteca.

Estava vazia é claro e silenciosa. Tudo o que eu queria. Com um suspiro de alivio, vou até uma das prateleiras e pego um livro sobre preparo de poções. Sento silenciosamente em uma mesa e abro o livro. Ainda com os fones no ouvido, começo e ler e minha mente começa a voar.

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Apesar de estar com o livro aberto, mal estava prestando atenção na leitura. Meus pensamentos voavam. Sentia uma falta tremenda de minha mãe, e isso que não fazia nem três dias que estava longe de casa. Sentia falta de Galahad também, minha Collie linda. E para piorar, só tinha idiotas nesses colégio. Pelo pouco tempo que estou aqui, posso ver que será difícil, mas muito difícil ser feliz.
Estava terminando a primeira página quando sinto alguém pegar em meu braço. Não havia sentido sua aproximação devida a música alta que saia dos fones e por isso me sobressaltei quando este tocou em mim. Olho para ele pronta para lhe dar várias palavras afiadas mas qualquer palavra fica presa em minha garganta ao olhar para seu rosto. Era um garoto incrivelmente lindo. Tiro os meus fones e sorrio, não conseguindo evitar. Apesar da luz fraca, vejo-o corar fazendo abrir mais o sorriso.

- Olá, tudo bem? Eu me chamo Summer Van Der Brooke e você?

Pergunto olhando-o intensamente nos olhos. Ele era fofo, e vê-lo ali na minha frente fez eu perceber que talvez nem todos eram idiotas aqui nessa escola.

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Ele se senta e se apresenta. Se nome é Jacob. Nome lindo e sexy. Dou um sorriso satisfeito ao ver o quanto ele estava nervoso. Adorava isso, adorava deixar um homem desconcertado, aliás, qual mulher não gosta? Mas eu queria provocar mais, por isso, me aproximo mais e coloco minha mão sobre a dele. Sinto seu corpo logo reagir como eu imaginava. Dou um sorriso de lado e sussurro:

- O prazer é todo meu Jake, posso te chamar assim não é mesmo? - Não vejo se ele concordou ou não pois no momento escuto um barulho no corredor e o puxo para uma prateleiras ao fundo onde era escuro. Pego a minha varinha e desfaço o feitiço de iluminação. Ficou escuro feito breu. Jacob tenta falar mas tampo sua boca com o toque de meu dedo indicador tentando escutar. O barulho cessa e respiro aliviada. Dou uma olhada a figura a minha frente. Não podia ver seus traços, mas podia sentir nitidamente seu corpo colado ao meu. Agora foi minha vez de corar. Um calor abrasador sobe pelas minhas faces e agradeço a deus por estar escuro e que ele não pode ver.

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Estava olhando para ele, tentando decifrar seus pesamentos quando sou surpreendida. Jake se aproxima e começa a me beijar. Fico sem reação pois realmente não esperava.
Seus lábios traçam um caminho quente pela minha pele fazendo-me suspirar baixo. Quando ele me beija na boca, sinto minhas pernas ficarem moles e minha respiração acelerar.
Ele logo para e se afasta. Meus olhos já haviam se acostumado com a escuridão, por isso podia ver seu rosto. Ele me olhava com uma expressão culpada, o que me fez sorrir. Sem dizer uma palavra, prenso-o contra a prateleira e passando a mão pela sua nuca, dou um selinho em seus lábios convidativos e depois o beijo vorazmente.

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Foi um beijo quente e doce. Macio e vigoroso. Minhas pernas tremiam e meu coração parecia que sairia pela boca. Só paramos quando ambos estavam sem ar.
Olho para ele e vejo que seus olhos brilhavam.
Sinto meu coração crescer e não consigo verbalizar nenhuma palavra.
Hesito ao vê-lo rir, pensando que tivesse tirado sarro de mim, mas descubro que não era isso quando ele encosta sua testa na minha e me dá alguns selinhos.
Passo a mão pelo seu rosto e suspiro.

- Meus Deus, o que é isso que está acontecendo- Pergunto rindo e acrescento - A gente mal se conhece e já está acontecendo tudo isso... - ... E eu nunca havia me sentido assim acrescentei mentalmente.

O abraço e dou alguns chupões de leve em seu pescoço, sentindo o perfume que emanava dali. Perfume que anuviou qualquer pensamento, me embriagando.

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Parecia que meus pensamentos anteriores sobre que esse ano seria péssimo e desinteressante haviam sumido. Agora, nos braços daquele homem, sentindo o calor de sua pele, fazia com que eu sonhasse em ficar ali o resto de minha vida.
Ele ilumina o ambiente novamente e o vejo sorrindo abertamente. Isso fez eu me encher de alegria e contentamento em saber que ele sentia o mesmo.
Meu rosto cora ao sentir suas mãos em minha cintura, sem nada para dizer, mas afinal, nessas horas não se tem nada a dizer, apenas a sentir.
Beijo sua boca novamente dando leves mordidas no seu lábio inferior.
Passo a mão suavemente pelas suas costas e desço-as até seu bumbum. Tiro-as rapidamente corando envergonhada e sussurro:

- Desculpe - E abaixo os olhos.

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Fico mais vermelha ainda quando ele diz que não havia problema e começa a morder meu pescoço.
Meu corpo reage de forma descontrolada. Espasmos de prazer correm por todo ele e um calor imenso se propaga.
Agarro-o pelo colarinho da sua camisa e aperto mais o meu corpo contra o seu.
Capturo seus lábios e dou um beijo apaixonante de tirar o fôlego.
Nossas línguas eram de sincronismo perfeito, e tudo o que queria era ter mais e mais dele.
Desgrudo nossos lábios só para roçá-los pelo seu maxilar indo até sua orelha sussurrando:

- Então? o que vai ser agora? Acho que não vamos mais conseguir viver desgrudados de agora em diante não é mesmo?

Dou uma risadinha pouco típica de mim, me surpreendendo, mas estava fazendo tantas coisas que eram pouco típico que não liguei

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Uma vez havia encontrado uma mulher no parque Ela estava sentada em um banco e chorava silenciosamente. Era uma mulher jovem e muita linda, não entendia o porque estava tão triste.
Me aproximei dela e perguntei o que havia com ela. Ela me olhou com enormes olhos tristes e respondeu a pergunta com apenas uma palavra. Amor.
A imagem daquela mulher sempre ficou fixo em minha mente. O amor era uma incógnita para mim, não fazia ideia do estrago que causava nas vidas e por isso optei por nunca senti-lo. Agora o destino estava me preparando um peça, porque eu com certeza poderia me apaixonar pelo cara pelo qual estava abraçada e beijando. Saber disso fez com que meu corpo estremecesse de medo. Mas ao mesmo tempo me deixou ansiosa. A letra de uma música vem a minha cabeça.

O que não te mata, te faz mais forte
Te faz sentir maior

Pensando nessa música, jogo toda a apreensão para algum canto do cérebro para pensar depois, e me agarro mais a ele.

- Sabe, você tem razão, ficar grudado é ótimo - E dou uma gargalhada antes de voltar a beijá-lo

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Nossa, seria impossível esquecer esse garoto, e o pior é que eu nem queria esquecê-lo. Não queria esquecer a sensação de suas mãos me acariciando, transferindo calor para meu corpo através do tecido de minha roupa. Não queria esquecer o tremor de meu corpo ao contato de seus lábios em meu pescoço e meu colo. Não, não queria esquecer nada disso.
Aluz começa a minguar e logo estamos imersos na escuridão novamente. Mas mesmo não vendo, podia senti-lo em cada partícula que compõe meu corpo.
Suspiro e sorrio dizendo:

- Bem, mesmo estando longe da biblioteca, não precisamos necessariamente nos separar, não é mesmo? - Dou um sorriso sugestivo, tentando ver seus olhos para ver se ele entendeu a indireta.

- O que acha? - Pergunto

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Meu sorriso se alarga e me jogo nos seus braços, enchendo-o de beijos pelo seu rosto todo.
A prateleira treme e quase cai ao chão. Quando o perigo passa, dou mais uma gargalhada e respondo a sua pergunta tímida.

- Ficar não, namorar sim. É ai amore, é pegar ou largar - Digo me afastando um pouco para olhar na sombra que devia ser seus olhos e arqueio uma sobrancelha sorrindo de lado.
Apesar da pose despreocupada, meu coração estava a mil. Não sabia qual seria a sua resposta.

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Agarro em seus cabelos ao ser girada, rindo até não aguentar mais e não pensando em nada além de meu lindo e maravilhoso namorado.
Engraçado como a vida era. As vezes ela é triste, as vezes alegre, as vezes premeditada. Para mim a vida era irônica. Eu, que nunca acreditei em amor, e muito menos em amor a primeira vista, estava suspirando por causa desse sentimento que há poucos momentos atrás era apenas algo desnecessário na minha vida. Algo que devia ser evitado. Agora não conseguia pensar em viver sem.
Escutamos mais um barulho no corredor e nos calamos. Depois de um tempo segurando até mesmo a respiração, os passos se afastando e o barulho cessa. Olho para Jake e sussurro:

- O que acha de irmos para algum lugar menos perigoso? - Pergunto lhe dando um selinho

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É, até que ir para a cama dele não seria má ideia
Pensei rindo. Entrelaço as minhas mãos nas dele, adorado a sensação que ela me causava e depois juntos vamos até a porta de saída.
Olhamos para ambos os lados do corredor que estava escuro como breu. Como não sentimos nenhuma movimentação, saco minha varinha e digo:

- Lumus!

A ponta de minha varinha brilha e nos dirigimos corredor adentro.
Logo chegamos nas escadas e corremos, pois era um local aberto e seriamos facilmente encontrados por algum monitor.
As voltas os quadros resmungavam, pedindo para que apagássemos a luz.

Finalmente chegamos até a torre que levava a sala comunal Corvinal. Dizemos a senha e entramos quase sem fôlego.