Salão de Festas - Baile de Inverno

Baile!

O baile corria bem, mas Thomás pegaria a primeira aula da manhã. Ele era um exímio Corvino, dedicado e muito responsável, então, iria se retirar para descansar, e na manhã estar preparado para aguentar o furacão primeiranista. Ele se despediu de cada colega de profissão e se dirigiu para a saída do salão.

Quando passava pelo centro do lugar percebeu uma confusão, logo se aproximou para ver, se fossem alunos ele com certeza começaria seu ano determinando detenções, mas não, era um professor, que por coincidência era seu tio Henry, pelo jeito pegou Ariella aos beijos com algum garoto. A menina era um pouco atirada sim, Thomás era um dos primos mais velhos e percebia a forma que a garotinha o olhava as vezes.

Ele apenas sorriu e saiu dali, uma coisa que aprendeu com o seu pai foi não se intrometer em discussões familiares, coisas que não era da sua conta. O professor bocejou ao passar pelos portões de madeira, estava realmente cansado e precisava de uma boa noite de sono.

Mei morde o lábio inferior ao vê-lo fechar os olhos. Tentava, mas em vão, descobrir o que se passava pela mente dele. Kane era um enigma, um enigma que Mei adorará desvendar. Ele pergunta se ela queria beber algo, mal notara que ela própria estava perdida em seus pensamentos até ele a chamar. Ayane olha e sorri ao dizer apenas uma palavra em sua língua materna.

-Hai! – Então ela passa o braço esquerdo pelo braço direito dele e juntos vão até uma das mesas decoradas.

Mei se senta e cruza as pernas enquanto aguardava Kane voltar das mesa de bebidas. Uma ideia passara pela sua cabeça, mas Mei abana-a para tentar mandar embora essa linha de pensamento. Era algo que ela não podia esperar. Quando Kane chega com dois sucos de abóboras, Mei o olha e cora imediatamente ao lembrar do que havia pensado. Mei pega o copo que Kane lhe estendia e seus dedos roçam levemente na mão dele, fazendo ambos olharem um para outro até os dois corarem e desviarem o olhar. Kane se senta ao seu lado na mesa, mas um silêncio claustrofóbico se instala entre eles. Mei abre a boca algumas vezes, mas nada tinha a dizer. Então ela o olha e o vê olhando para o lado oposto dela. Não parecia que ele estava gostando de sua companhia e isso causara uma grande dor nela. Uma dor que ela nunca imaginara que sentiria por causa do garoto enigmático. Mei então engole em seco e olhando para suas mãos ela finalmente lança a pergunta que se fazia desde hoje cedo.

- Porque você me convidou para o baile, Kane-kun?

I ♥ petit désir!

Baile de Inverno

When you're too in love to let it go

Não conseguia conter a felicidade, era meu primeiro baile no Colégio e tudo corria maravilhosamente bem. Sebastian diz que me ama, estava extasiado com certeza. Fiquei um pouco tímida na hora e mal tive a chance de lhe responder algo e o garoto já estava sobre uma mesa parando o baile todo. Todos os olhos se virarem para ele, ao mesmo tempo em que meu corpo estava paralisado meu coração batia a mil por segundo. Então, como se não bastasse todos os olhares estarem voltados para ele, ele me chama de tchutchuca e todos se olham para mim. Meu corpo estava tão gelado que parecia que eu suava por todos os poros acionados e em alerta. Nunca era o suficiente, eu ouvia as belas palavras de Sebastian e sentia um olhar reprovador sobre mim. Em segundos que eu viro a cabeça para o lado noto que meu pai entrava no salão “Fu***” foi a única coisa que passou pela minha cabeça. Meus olhos arregalaram e meu queixo ficou entre aberto. Não podia ser verdade, tudo ao mesmo tempo? O que eu tinha feito de tão errado? Sebastian e papai não se conheciam. Ai, Merlin! Ele continuava vindo na minha direção e eu não conseguia leva-lo muito a sério naquela fantasia de Super Homem. Sebastian parecia não ter reparado a presença imponente do senhor alto vindo em nossa direção, terminou seu discurso e ele desceu da mesa me beijando. Simplesmente dei um sorriso e retribui o beijo, talvez o mais assustado que eu já havia dado. Ouço então a voz misturado com palmas irônicas que me contorciam o estomago de nojo do Sr. Vondervoort Pavlov Kauffman auta e em bom tom intimidando meu namorado e fazendo os pelos do meu pescoço eriçarem de um modo nada bom. Sebastian se afastou e eu encarei meu pai nos seus olhos. Respirei fundo e comecei a gritar durante o baile: – Como você tem coragem de fazer isso comigo?! – Não conseguia conter a vergonha no meio de tantas pessoas, olhei para Sebastian com os olhos marejados de lágrimas. Nada mais fazia sentido, não queria mais ficar naquele lugar, não tinha como olhar para as pessoas ao meu redor. Tudo havia perdido o brilho e o glamour. Voltei os olhos, que deixavam as lágrimas rolarem pelo rosto delicado, para Henry e entre soluços consegui dizer algumas palavras: – Espero que você esteja feliz agora, papai. – Ia me virando para sair e tornei a encará-lo – Aliás, esse é Sebastian, o meu namorado. – concluí olhando para Sebastian e tentando forjar um sorriso que não era verdadeiro. Aproximei-me dele lhe dando um sorriso e cochichando em seu ouvido: – É melhor nós nos vermos depois... finalizei dando-lhe um selinho delicado nos lábios, que deveria ter o gosto salgado das lágrimas e saí do baile entre soluços.